O ex-presidente da Renault e Nissan, Carlos Ghosn, que fugiu do Japão onde enfrentava um julgamento por delitos financeiros, vai lançar um programa universitário de gestão e negócios no Líbano, país que enfrenta crise por má administração e corrupção. O executivo francês de origem libanesa quer modernizar a escola de administração de empresas da Université Saint-Esprit de Kaslik (USEK), uma universidade particular ao norte da capital libanesa.Ghosn é responsável por recuperar a montadora francesa e a montadora japonesa antes de enfrentar acusações de delitos financeiros, que são negados por ele. Agora seu foco está em planejar programas de orientação a executivos, treinamento em tecnologia, e assistência a startups para a criação de empregos.Após fugir do Japão, o executivo encontrou refúgio no país em que passou a infância, o Líbano, cuja economia está em colapso por conta de dívidas acumuladas desde a guerra civil que se estendeu de 1975 a 1990. “Obviamente não me interesso por política, mas vou dedicar tempo e esforço a apoiar o Líbano nesse período difícil”, ele disse à Reuters no final de semana. “O objetivo é criar empregos, trabalho e empreendedores que permitam que a sociedade faça seu papel na reconstrução do país”, disse Ghosn em uma entrevista na universidade nesta terça.O programa executivo tem como foco a recuperação de empresas em crise e de companhias que enfrentam dificuldades por conta do ambiente de negócios, bem como ensinar os participantes a “se tornarem imprescindíveis” para suas empresas.As aulas devem começar em março para turmas entre 15 e 20 executivos seniores no Líbano e no Oriente Médio.“O modelo de comportamento será minha experiência, aquilo que vejo como as necessidades básicas de um executivo importante em um ambiente muito competitivo”, ele disse.“Estaremos criando empreendedores muito necessários, e estaremos criando empregos”, ressaltou.Em entrevista à Reuters, Ghons disse ainda que “esses estudantes precisam de mais ajuda do que qualquer outra pessoa. Eles são parte da classe que foi esmagada pela situação atual”.
Fonte: Bahia Notícias