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Candidato a vereador ataca Roberto Jefferson e diz que sua expulsão do PTB foi por preconceito

Michel Prado, o “Diabão da Praia Grande”, acusou o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, de ter provocado sua expulsão da legenda motivado por preconceito devido sua aparência. Prado é candidato a vereador pelo PTB na Praia Grande, município no litoral de São Paulo, e se diz injustiçado.

“Estou sendo injustiçado, estou sofrendo preconceito de alguém que não tem envergadura moral alguma para me acusar de nada. No meu tornozelo nunca teve nenhuma tornozeleira eletrônica, independemente da minha imagem ou aparência”, afirmou Michel Prado, ao Yahoo! Notícias.

Tatuador, Michel Prado e a esposa, Carol Prado, conhecida como “Mulher Demônia”, ganharam repercussão recentemente na mídia devido às tatuagens e modificações corporais que ostentam. Ele tem 85% do corpo coberto por tatuagens, chifres implantados, pigmentação nos olhos, dentes alongados e removeu partes das orelhas e do nariz.

Filiado ao PTB em 2020 para disputar as eleições municipais, Prado usa o nome “Diabão Praddo” em seus santinhos virtuais. Na foto do registro da candidatura no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a mesma que constará na urna no momento da votação, Michel Prado aparece usando o implante dos chifres e com as modificações corporais que realizou.

A notícia da expulsão veio pelo Cartório Eleitoral da Praia Grande, que recebeu na segunda-feira (5) uma petição do diretório estadual do PTB de São Paulo para cancelar o registro de candidatura de “Diabão Praddo”. No documento, o PTB/SP afirma que a expulsão foi uma “determinação da Comissão Executiva Nacional do PTB”.

‘Preconceito de Roberto Jefferson’, diz Diabão

Prado afirma não ter recebido notificação do diretório estadual do PTB de sua expulsão ou de qualquer processo contra ele. “Alegaram que eu não infringi regras do partido, mas não tive chance de defesa do partido. Tomaram essa decisão e me expulsaram sem que eu pudesse sequer me defender”, lamentou ele.

Ele acusa Roberto Jefferson de estar por trás dessa decisão de sua expulsão, alegando inclusive ter áudios nos quais o presidente nacional do PTB se manifesta contra sua candidatura. “Tenho áudios dele em que ele fala contra minha imagem, minha fisionomia. Ele falou até em acabar com o PTB na Praia Grande, em não mandar mais verbas para cá por minha causa”.

O advogado de “Diabão Praddo”, Fábio Motta, afirmou que foi criada uma ata notarial em cartório contendo a transcrição de quatro áudios que teriam chegado a Prado por meio de terceiros. Questionado se o documento atribuía os áudios a Roberto Jefferson, Motta afirmou que o nome do presidente nacional não consta no documento.

O defensor afirmou que a transcrição dos áudios será utilizada como prova junto ao TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) para impedir que candidatura seja suspensa.

“Registramos o teor dos áudios e demonstramos o caminho, a origem de quem veio, de quem partiu a ordem. (…) Ele não foi intimado a se defender, a dar explicações ou algo assim. Foi uma decisão unilateral e arbitrária do partido expulsá-lo. Se o partido entende que ele cometeu irregularidade, que instaure processo com defesa e que julgue”, explica o advogado.

Sem decisão judicial até o momento, a candidatura de “Diabão Praddo” segue válida.

PTB municipal se diz surpreso

O presidente municipal do PTB na Praia Grande, vereador Carlos Eduardo Barbosa, afirmou que a alegação do diretório estadual é de que Prado teria descumprido o inciso VIII do Artigo 113 do estatuto nacional do PTB. O trecho determina a expulsão do filiado que “recusar o cumprimento da orientação política defendida pelo partido ou faltar-lhe com a colaboração solicitada”.

Cadu Barbosa, como é conhecido o presidente do PTB da Praia Grande, confirmou que não foi notificado anteriormente de nenhum processo contra Michel Prado e defende a manutenção da candidatura do “Diabão”.

“Fomos surpreendidos da mesma forma que ele foi. Eu que convidei Michel para disputar eleição, para ser candidato. O Michel está com toda documentação regular e não existe motivo nenhum para expulsá-lo. Acreditamos que podemos reverter essa decisão”, afirmou Cadu Barbosa.

Fonte: Acesse Política

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Fonte: Bahia Notícias