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Ministro diz que gráfico sem dados sobre suposto remédio para Covid-19 é ‘ilustrativo’

Em post no Twitter nesta segunda-feira (19), o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, afirmou que o gráfico que comprovava a suposta eficácia da nitazoxanida para tratar a Covid-19 era “meramente ilustrativo” (veja aqui). 

 

De acordo com a coluna Bem Estar, do G1, o ministro afirmou que a carga viral do novo coronavírus era reduzida quando o paciente tomava o medicamento. Porém, ele não mostrou a íntegra da pesquisa, pois alegou que ela ainda não tinha sido publicada em revista científica.

 

A imagem mostrada na apresentação não possuía nenhum dado, e se assemelhava a uma conseguida em um banco de imagens da internet. “obviamente, como facilmente deduzido pelos eixos e pela fala da pesquisadora responsável, o gráfico da apresentação de hoje era meramente ilustrativo”, justificou Pontes.

 

O ministro ainda fez campanha para as pessoas comprarem o medicamento em caso de diagnóstico positivo da doença. “Se contrairem covid, lembrem-se da conclusão dos estudos apresentada hoje. Isso é o importante”, escreveu.

 

Mais cedo, o MCTI tinha informado que “o gráfico usado no vídeo apresentado no evento de anúncio dos resultados dos ensaios clínicos com a nitazoxanida não faz parte dos dados do estudo e aparece apenas de forma ilustrativa”.

 

Para os que hoje sentiram falta dos números e que gostam de matemática como eu, aguardem a publicação dos dados e cálculos que basearam a conclusão apresentada hoje. Então, já estão convidados comigo para a apresentação de algumas horas de matemática, estatística, equações, etc
emdash; Marcos Pontes (@Astro_Pontes) October 20, 2020

 

Conhecida pelos nomes comerciais Azox e Anitta, a nitazoxanida é utilizada contra antiparasitários e vermífugos. Ele tem eficácia contra alguns tipos de rotavírus.

 

Atualmente, o composto pode ser comprado sem receita médica. Desde abril, estava proibido, para que as pessoas não se automedicassem. No entanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) retirou essa restrição no início de setembro.

 

A Organização Mundial da Saúde não recomenda a utilização do medicamento. 
 

Fonte: Bahia Notícias