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Conheça história de empresário que transformou experiência como tetra-amputado em fundação de empresa que promove reabilitação

Perder alguns dos membros do corpo humano causa sofrimento e dor para muitas pessoas que passam por isso no Brasil. Amputar braços e pernas é uma tarefa mais difícil ainda. E foi o que aconteceu com o mineiro Pedro Pimenta, aos 18 anos. Na época, ele foi diagnosticado com meningite bacteriana fulminante, onde teve dois braços e duas pernas amputados. 

 

Apesar do sofrimento, Pedro superou a doença e recomeçou sua vida de uma nova forma. A nova história dele começa depois de passar por clínicas no Brasil e Estados Unidos, para realizar o processo de reabilitação.

 

Depois dos procedimentos, ele foi chamado para trabalhar na empresa em que realizou o processo. Neste período, Pimenta optou por  fundar uma empresa na área de reabilitação. Em entrevista ao Bahia Notícias, na última quarta-feira (29), o empresário revelou que a empresa DaVinci reabilita amputados, com mais de 50% dos clientes de classes menos favorecidas. Segundo ele, a ideia nasceu de uma visão inédita de reabilitação, 

 

“Tornei algo comum na minha vida, uma forma de tentar reverter isso, ajudar o próximo e vi uma oportunidade também de negócio, por que não? Óbvio que a DaVinci hoje tem mais de 50% dos nossos clientes e pacientes que vêm de classes menos favorecidas. Então é um negócio social, mas ainda assim é um negócio e eu vi que pouca gente fazia o que eu acho que tinha que ser feito. A minha visão de reabilitação foi bem inédita, tanto uma clínica cujo dono é um amputado, isso ajuda bastante”, disse ao BN. 

 

Pedro, que também se tornou palestrante sobre o tema, celebrou o serviço efetuado por sua clínica no atendimento aos pacientes. 

 

“Estou lá dentro ajudando. Sempre fui desde que me reabilitei um treinador de amputados. Então isso ajuda bastante, mas também com uma visão de negócios que trouxe novidades que foi bem e deu uma mexida até no mercado. Fico muito feliz com isso, deu muito certo, mas a origem da DaVinci é uma vontade de fazer a diferença”, afirmou. 

 

O empreendedor ainda comentou sobre a falta de voz e espaço enfrentado por pessoas com deficiência perante a sociedade.

 

“É uma coisa que mexe muito comigo. Não vou entrar num discurso político aqui, sou completamente apolítico nas minhas redes sociais, mas as pessoas com deficiência, ela não tem a voz que ela deveria ter perante a sociedade. Planos de saúde não pagam por próteses, estou falando privado, o setor público é difícil de levantar a verba, estou falando aqui no plano de saúde que você paga a sua vida inteira, se você passar por algo similar, você vai ser deixado na mão”, observou. 

 

Ele ainda pregou e chamou atenção para que a Legislação brasileira seja atualizada e que uma maior acessibilidade  é fundamental.

 

“Essa legislação tem que ser atualizada no SUS, a tabela do SUS. O SUS paga por um monte de cirurgias hoje que são superficiais se você for pensar em ordem de importância comparado com você devolver a chance de uma pessoa voltar a andar. Pessoas que moram em um lugar sem acessibilidade, que não saem de casa, a empregabilidade dela diminui. Ela não consegue ir até o escritório. Então, a questão da acessibilidade também é importante”, finalizou. 

Fonte: BNews