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MP denuncia líder religioso ligado à Umbanda por abusar de fiéis em SP

O sacerdote Heraldo Lopes Guimarães, um dos principais líderes religiosos do país ligados à Umbanda, de 56 anos, está sendo acusado de uma série de estupros e crimes sexuais realizados contra fiéis. De acordo com a Folha de S. Paulo, o Ministério Público protocolou uma denúncia e pediu a prisão preventiva do religioso. A Justiça está analisando.

 

Uma das vítimas que prestou depoimento diz que tinha 12 anos quando começou a sofrer com os atos do sacerdote, conhecido como Pai Guimarães de Ogum. Outras cinco mulheres procuraram a promotoria com relatos das agressões sexuais.

 

Segundo informou o advogado de Guimarães, Marco Antonio de Castro, o líder negou “veementemente todas as acusações”. Uma das vítimas é a ex-companheira dele, que teria articulado as denúncias por causa de uma disputa patrimonial, disse o advogado.

 

O pai de santo é conhecido por dar diversas entrevistas, já que é presidente da Associação Brasileira dos Religiosos de Umbanda, Candomblé e Jurema (Abratu).

 

A denúncia aponta que os crimes teriam acontecido entre 2010 e 2019. A região do Ipiranga, na zona sul da capital Paulista, seria o principal local das ocorrências. O sacerdote estaria utilizando de sua condição de líder religioso para controlar as vítimas psicologicamente e deixá-las vulneráveis.

 

Os relatos da vítimas indicam um processo parecido seguido por Guimarães para se aproveitar delas sexualmente. Ele as levava para um quarto, denominado “tronqueira de Exu” para trabalhos espirituais, segundo a religião. Logo em seguida, sob o argumento de que estava incorporado por uma entidade de “esquerda”, obrigava as mulheres a fazer sexo oral e ter relações sexuais com ele.

 

As vítimas começavam a ser abusadas entre os 12 e 14 anos. Uma delas, quando falou para a comunidade sobre o ocorrido, foi expulsa pelo líder religioso. Ela tinha acabado de descobrir que não ia engravidar quando começou a sofrer com os abusos.

 

A primeira vítima alega que começou a frequentar o local em 2006, quando tinha 8 anos, e em 2011 foi levada pela primeira vez para o quarto já citado. Atualmente, ela faz acompanhamento psicológico por ter pensamentos suicidas.

 

Para justificar os atos às vítimas, o sacerdote dizia para elas que precisava protegê-las espiritualmente. A sexta denúncia ocorreu por uma mulher que era casada, e foi orientada a não fazer sexo com o marido por 90 dias. Guimarães teria dito que havia um trabalho espiritual para matá-la e, “caso não tivesse relações sexuais com o pai de santo, ela morreria”.

 

Segundo o advogado de Guimarães, “essas pessoas são interligadas. A ex-companheira e as outras pessoas que se dizem supostas vítimas têm uma relação estreita. Nós vamos requerer as provas, as testemunhas, os laudos, e isso será demonstrado no curso do processo”.

 

Além disso, Marco Antônio afirma que o líder religioso está hospitalizado, por causa de problemas cardíacos. O templo no Ipiranga foi fechado e ele não coordena mais o local.

 

“Ele não consegue se conformar. Os fatos são graves e em momento algum ele praticou qualquer uma dessas condutas descritas pelas vítimas e narradas pela promotoria de Justiça”, afirmou. 

Fonte: Bahia Notícias