O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Vital do Rêgo, determinou nesta quinta-feira que seja realizada, com “urgência urgentíssima”, uma auditoria na Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. O foco da fiscalização será a análise dos investimentos e a gestão dos recursos da entidade, que detém um patrimônio de R$ 290 bilhões, sendo o maior fundo de pensão do país.
Segundo o “O Globo”, a decisão atende a um pedido do ministro Walton Alencar, que relatou preocupações com o desempenho da Previ e possíveis irregularidades na administração. O tribunal já havia solicitado informações em agosto e outubro do ano passado, mas os dados internos ainda não foram entregues.
O alerta do TCU ocorre em meio ao déficit de R$ 14 bilhões registrado entre janeiro e novembro de 2024 no Plano 1 da Previ. O resultado contrasta com os saldos positivos acima de R$ 5 bilhões registrados nos anos anteriores. O rendimento de 2023 foi de apenas 1,58%, percentual considerado “insignificante” pelo ministro Walton Alencar, que destacou quedas em todas as classes de investimento, incluindo renda fixa, renda variável, ativos imobiliários e investimentos estruturados.
“Tal fato é seríssimo, elevando os riscos dos segurados da Previ ao paroxismo. Comparativamente aos anos anteriores, foi pífio o desempenho atual dos planos (…), o que demonstra a situação de inequívoco risco para todos os beneficiados pelo plano, sem falar de sérios problemas de gestão que parecem estar a afligir a entidade”, afirmou Walton.
O ministro também alertou para os riscos à estabilidade do próprio Banco do Brasil. Como sociedade de economia mista controlada pela União, o banco poderia ser obrigado a cobrir eventuais prejuízos da Previ, impactando suas finanças.
Além das preocupações com o desempenho financeiro, Walton Alencar mencionou um caso que tramita no TCU sobre a nomeação do atual presidente da Previ, João Fukunaga, indicado pelo BB em fevereiro de 2023. Em decisão anterior, o tribunal considerou que a nomeação seguiu as regras exigidas, mas determinou o acompanhamento das decisões de investimento e análises de risco.
Agora, com a nova ordem de Vital do Rêgo, a Secretaria-Geral de Controle Externo do TCU iniciará a coleta de informações e a auditoria nos dados da Previ.
Fonte: Bahia Notícias