De um lado a defesa e do outro a cautela. Assim tem sido a opinião dos líderes de diferentes partidos no Congresso Nacional, diante da estratégia do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em buscar apoio político no ‘Centrão’ – formado por siglas como PP, Republicanos, PSD e PTB.
De acordo com o jornal O Globo, a estratégia é vista como possível blindagem em um eventual processo de impeachment a partir das acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro, ao deixar o governo, na última sexta-feira (24).
Por isso, nas últimas semanas, Bolsonaro começou um processo de aproximação com o bloco, abrindo espaço inclusive para indicações para cargos no governo.
No último domingo, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, publicou em suas redes sociais um áudio no qual faz defesa enfática do presidente.
“Se o pau cantar, essa base do Bolsonaro é muito mais forte que esse grupo de fora da lei que cerca o Lula e essa esquerdalha bagunceira no Brasil. Você tem aí os evangélicos, os pastores, você pega a rede social e são os homens que começam o discurso falando em Deus”, disse.
Por outro lado, essa ‘união’ é vista com reservas por parte das lideranças da Câmara. Uma delas, que preferiu o anonimato, afirmou, à publicação carioca, que a relação entre Bolsonaro e o centrão é “algo que vai dar errado para os dois”.
Na avaliação dele, a estratégia foi tentada no passado pela ex-presidente Dilma Rousseff. “Mesmo oferecendo cargos estratégicos ao bloco, a petista não conseguiu evitar o impeachment”, comentou o parlamentar.