Brasil
OAB repudia declaração de guarda-municipal de Juazeiro sobre objetificação da mulher
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA) repudiou as declarações de um guarda municipal de Juazeiro, sobre o caso de uma advogada do Rio de Janeiro, que teve sua imagem indevidamente exposta por dois homens enquanto fazia ioga com uma amiga. O guarda havia escrito que “se a mulher não quer ser objetificada, se comporte de forma que não possa possibilitar essa objetificação” e que, “muitas vezes as mulheres dão espaço e liberdade para que os homens as sexualizem”, pois “dificilmente uma mulher bem trajada e bem comportada será sexualizada ou objetificada”.
A OAB-BA, junto com a Comissão da Mulher da Subseção de Juazeiro, repudia qualquer declaração de objetificação do corpo feminino e estímulo à cultura do estupro pela revitimização, como formas de tolher a liberdade das mulheres em qualquer atividade ou pelo simples ato de ir e vir, direitos seus garantidos constitucionalmente.
“Manifestações que se utilizam de expressões como “a roupa que ela usava”, “o que ela fazia naquele local ou naquele horário” ou “porque ela estava se expressando daquela forma” servem apenas pra desqualificar vítimas de violações de todo tipo, sejam agressões verbais, físicas e sexuais, ou ainda, como veiculado recentemente, através de exposição indevida de suas imagens em redes sociais, como se qualquer uma dessas questões fossem justificativas para os crimes cometidos… Não são”, diz a manifestação.
A instituição ainda reforça que afirmações como essa são resultados de uma “cultura machista que objetifica a mulher, naturaliza a violência, culpabiliza a vítima e reitera a impunidade pois silencia a mulher pela revitimização”. “A mulher dever ter seus direitos garantidos tanto nos espaços públicos como no privado. Sendo ainda maior a responsabilidade das instituições estabelecidas para proteger as cidadãs e os cidadãos dessas práticas, a estas cabe ainda mais empenho no treinamento e fiscalização de seus funcionários como forma de coibir o machismo e toda forma de discriminação que interfira na forma de lidar com casos dessa natureza ou no atendimento às pessoas”.
Fonte: Bahia Notícias