Brasil
Mãe recupera guarda da filha tirada após ritual de iniciação no candomblé
A manicure Kate Ana Belintani, de 41 anos, recuperou a guarda da filha de 12 de anos, tirada após a adolescente passar pelo ritual de iniciação no candomblé. A menina ficou sob a guarda provisória da avó materna durante 17 dias, depois de ela entrar na Justiça alegando que Luana sofria maus tratos e suposto abuso sexual num centro de candomblé frequentado pela menina e seus pais (reveja aqui). A garota retornou para casa neste sábado (15).
Segundo reportagem da revista Época, o juiz Danilo Brait, da 2ª Vara Criminal de Araçatuba (SP), considerou o exame de corpo de delito feito na menina, o qual confirmou a inexistência de lesão, hematoma ou sinais de abuso sexual, além do depoimento da própria adolescente, que confirmou frequentar a religião com a mãe e ter ciência de todo o o ritual. O Ministério Público também havia se manifestado pela revogação da decisão.
O advogado Hedio Silva Junior, dirigente do Idafro (Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras), responsável pela defesa de Kate Belintani, comemorou a decisão. “Prevaleceu o direito, a Justiça, o princípio constitucional do Estado Democrático de Direito. Mas houve violações de direitos e os agentes serão responsabilizados nas esferas cível e criminal”, disse Silva.
Para ele, ficou claro que o processo foi movido por intolerância religiosa, já que tudo aconteceu porque Luana, que segue o candomblé, estava reclusa no terreiro passando pelo ritual de iniciação na religião . “Foi uma vitória do povo de terreiro, uma vitória contra a intolerância religiosa e um sinal a mais de que juntos e conscientes o povo de axé é capaz de vencer a intolerância, a grandiosidade e a honra da nossa religião”, afirmou Silva.
Fonte: Bahia Notícias