Sem categoria

Atlas da Violência mostra que homicídios de negros subiram 11,5% em 11 anos

O número de homicídios de pessoas negras no Brasil cresceu 11,5% entre 2008 e 2018, de acordo com o Atlas de Violência 2020, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado na manhã de hoje. A mesma pesquisa revela que o homicídio de pessoas não negras caiu 12,9%. O Atlas apontou que o risco de ser vítima de homicídio no Brasil é 74% maior para homens negros e 64% maior para mulheres negras do que para os demais.  Os crimes ocorreram com mais frequência aos finais de semana. “É como se a gente estivesse falando de países e terrtórios diferentes, tamanha a disparidade entre negros e não negros”, afirma Samira Bueno, diretora-executiva do FBSP e coordenadora do Atlas.Ainda no perído, 628 mil pessoas foram assassinadas no Brasil. Desse total, 91,8% das vítimas eram homens. O pesquisador Dennis Pacheco afirmou que não é possível afirmar pelo dado do Atlas quem são os autores dos homicídios. Ele apontou uma convergência da vulnerabilização dos negros, sobretudo em mortes praticadas por policiais. “Existe uma subrepresentação e tem uma relação forte de como as políticas publica e de segurança ineficazez, com investimento em policiamento mais violento e menos preventivo convergem para a vulnerabilização”, disse.Segundo os dados, em 2018, último do presidente Michel Temer (MDB), do total de 57.956 homicídios registrados no Brasil, 75,7% das vítimas eram negras. No mesmo ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 55,8% da população brasileira se declarava negra. Ainda de acordo com o Atlas, para cada não negro assassinado no Brasil em 2018, 2,7 negros foram vítimas de homicídio. O número de homicídios no país apresentava queda entre 2017, ano que bateu recorde, e 2019, no primeiro ano do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas voltou a subir nos primeiros meses de 2020, de acordo com dados preliminares.

Fonte: BNews

Notícias relacionadas

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Close
Close