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Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio: saiba como identificar e onde procurar ajuda
A cada 40 segundos uma pessoa morre vítima de suicídio no mundo, totalizando uma média de 800 mil por ano. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2016, foram mais de 200 mil casos em pessoas na faixa etária dos 10 aos 29 anos. Entre jovens com idade entre 15 e 29 anos, é a segunda causa de morte, perdendo apenas para acidentes de trânsito.
Os dados são preocupantes e servem para chamar a atenção da sociedade no Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, lembrado nesta quinta-feira, 10, que integra a Campanha Nacional Setembro Amarelo, uma iniciativa que faz parte dos projetos do Conselho Federal de Medicina, do Conselho Brasileiro de Psiquiatria e do Centro de Valorização da Vida (CVV). A data é uma referência à história de um jovem que estava em um carro amarelo quando tirou a própria vida.
De acordo com a psicóloga e professora Cláudia Vaz, algumas pessoas estão em uma condição de embaraço emocional e, portanto, apresentam maior vulnerabilidade. “São pessoas com transtorno mental, depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, quem faz uso abusivo de álcool e drogas, sentimento de culpa e perda. É importante pensar na comunicação verbal, no comportamento e no conjunto de sinais”, afirma.
Para ela, identificados estes sinais, é o momento de se sensibilizar com a dor do outro. “É a hora de ser acolhedor, afetuoso, pensar em saídas e alternativas, acatar a queixa e respeitar para que a pessoa sinta que seu sofrimento foi acolhido. A assistência é o melhor fator de proteção. A família deve procurar os profissionais de saúde, a rede de assistência à saúde mental, grupos de apoio e as unidades de saúde da família”, orienta.
Ajuda
Criado em 2007, o Núcleo de Estudos e Prevenção do Suicídio (NEPS), do Hospital Geral Roberto Santos, localizado no bairro do Cabula, em Salvador, realiza, além do acompanhamento psicológico, atendimento psiquiátrico ambulatorial, terapia ocupacional e reuniões informativas para familiares de pacientes que tentaram suicídio.
O Centro de Valorização da Vida (CVV), que já existe há quase 60 anos, promove apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo de forma gratuita quem quer e precisa conversar, seja pelo telefone 188, e-mail e chat, diariamente, disponível no site oficial do Centro.
A voluntária do CVV Josiana Rocha diz que, em Salvador, são atendidas até 3 mil pessoas por mês. “No Brasil, 4 mil voluntários fazem de 9 mil a 10 mil atendimentos diários. A única coisa que faz a pessoa entrar em contato com o CVV é a solidão”, aponta.
Segundo Josiana, o assunto suicídio não pode ser um tabu. “Não é sinal de fragilidade pedir ajuda. Lutar pela vida é o melhor. Um grande fator de risco para quem tentou tirar a própria vida é ter tentado a primeira vez. Para cada morte, há 20 tentativas”.
A partir de outubro, o CVV disponibilizará um curso gratuito à distância para quem tiver interesse em ser voluntário. Os pré-requisitos são “ter 18 anos, coração e técnica”.
Em tempos de pandemia da Covid-19 (novo coronavírus), a solidão provocada pelo isolamento social torna a situação ainda mais complicada. Por este motivo, segundo os especialistas, vale redobrar a atenção, especialmente com os idosos, ter disponibilidade para conversar sem julgamentos morais, com base na confiança e no respeito.
Evento online
Para lembrar a data, o Núcleo de Estudo e Prevenção do Suicídio realiza, nesta quinta e sexta-feira, 10 e 11, respectivamente, o “IV Fórum Baiano, II Fórum Brasileiro e I Fórum Internacional de Prevenção ao Suicídio: realidades clínicas, sociais e políticas da prevenção e posvenção do suicídio – Dos contextos de existir às possibilidades de (re) existir”, com mesas-redondas, discussões e palestras, por meio deste link.
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–> Fonte: A Tarde
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