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Com Elinaldo e Ivoneide na liderança, mesa redonda discute cenário das eleições em Camaçari

Discutindo os resultados do levantamento A TARDE/Potencial Pesquisa sobre as intenções de voto para as eleições do município baiano de Camaçari, uma mesa redonda realizada nesta quinta-feira, 17, às 15h, contou com a participação do cientista político Cláudio André e do estatístico especialista em marketing político Zeca Martins, e mediação do jornalista Osvaldo Lyra.

De acordo com a pesquisa, o atual prefeito de Camaçari e candidato a reeleição, Elinaldo Araújo (DEM), lidera a corrida eleitoral, com 47% das intenções de voto. Já a segunda colocada, Ivoneide Caetano (PT), tem 24%.

Em seguida, aparecem Oziel Araújo (PDT), com 5%, e Sócrates Magno (PSOL), Pedrinho de Pedrão (Avante) e Antônio Carlos Soares (PL), cada um deles com 1% das intenções de voto. Heckel Pedreira (Rede) não pontuou na estimulada.

Outros 10% responderam que não sabem em quem votarão e 11% disseram que vão anular ou votar em branco, enquanto 1% não quis responder. A pesquisa tem margem de erro de 4 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.

O levantamento foi realizado entre os dias 9 e 15 de setembro.

“Ao analisarmos os resultados, eu penso que a primeira coisa importante de perceber é o reflexo do cenário eleitoral de 201. O Caetano teve 35,96% de votos para deputado federal, em 2018, e em 2016 ele teve 36%, contra Elinaldo. O desafio colocado aí é que o PT precisa alcançar o piso que o partido tem tido nas últimas eleições”, afirmou o cientista político Cláudio André.

Segundo o especialista, o prefeito Elinaldo mostra um cenário consolidado, pois tem uma avaliação positiva muito próxima de sua intenção de voto. Assim, ele pode alcançar uma quantidade maior de votos. Cláudio André ainda pontuou que ainda considera um resultado em aberto, porque se houver uma queda de Elinaldo e uma transferência de votos para outros candidatos, é possível ter uma virada em um cenário mais equilibrado. “O que eu vejo até aqui é um cenário muito consolidado de favoritismo do prefeito atual em se reeleger”.

O estatístico Zeca Martins lembrou que Camaçari já tem uma disputa onde, ao longo dos anos, o PT ficou no poder durante 12 anos. De acordo com ele, a disputa pelas quatro importantes cidades – que são Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista e Camaçari – se torna interessante, principalmente pela questão econômica.

“No caso de Camaçari, o prefeito vem fazendo uma boa gestão, apesar da oposição. É fato que não existe eleição ganha, a gente está a dois meses da eleição e tudo pode acontecer, mas eu acho muito difícil o cenário mudar por completo para que se tenha uma virada de mesa, a não ser que fatos novos surjam. O fenômeno político muda muito muito rápido”, declarou Zeca.

Em relação à candidata do PT nas eleições de Camaçari, Ivoneide Caetano, segunda colocada na pesquisa, o cientista político Cláudio André avaliou que o partido poderia indicar um candidato com carreira política consolidada, pois o capital político já levaria a uma situação de maiores condições de disputa. Ele ressaltou que o ex-prefeito Caetano teve um grande desgaste nas eleições de 2016, que se prolongou na eleição de 2018, quando ele ganhou e não conseguiu tomar posse como deputado federal.

“O mais seguro, talvez, fosse um nome com densidade eleitoral. Se fala muito no nome do ex-deputado Bira Coroa, que poderia ser uma alternativa. Neste cenário a gente precisa entender que há um desequilíbrio de competição e um fato que chama atenção é essa polarização, a pouca capacidade de outras forças político-partidárias em apresentar um nome alternativo que gere uma tri-polarização”, disse o especialista.

Rejeição

Em relação à rejeição, Ivoneide lidera com 50% e, na sequência, tem Elinaldo com 37% de rejeição dos eleitores.

Durante o bate-papo, o estatístico Zeca Martins pontuou que a taxa de rejeição dos candidatos deveria ser avaliada também de forma qualitativa para entender o que leva a rejeição. Segundo ele, existem motivos que podem ser trabalhados e minimizados e motivos que estão extremamente consolidados e que podem fazer o que for e dificilmente vai conseguir minimizar.

“Outro fato importante é quando a gente avalia o percentual de pessoas que conhecem ou não conhecem o suficiente o candidato para poder opinar. Apenas 1% não conhece o suficiente o prefeito Elinaldo para poder opinar. No caso dele, as pessoas conhecem bem e fazem uma avaliação positiva, então a probabilidade de voto nele é bastante elevada. Já a Ivoneide também é uma candidata conhecida, apenas 11% declararam não conhecer o suficiente para opinar, mas já é um percentual um pouco maior de desconhecimento e apresenta uma rejeição de 50%”, analisou Zeca.

A polarização, conforme Cláudio André, é estimulada pelo sistema político. Segundo ele, o que é visto é uma rejeição categórica ao PT e ao mesmo tempo à Caetano. O que se esperava, na verdade, era uma rejeição menor para Caetano, já que ela ainda não é consolidada.

“Quanto mais o candidato concorre, mais ele vai se consolidando uma rejeição, porque é uma escolha. Então esperava-se que ela [Ivoneide] tivesse uma rejeição melhor. É uma questão qualitativa que deve ser feita para entender a magnitude dessa rejeição, porque é um fator que precisará ser pensado. Também consegui perceber aqui é que o prefeito Elinaldo recuperou sua imagem durante a pandemia. Isso mostra, como a gente já conversava, que alguns gestores aproveitaram a agenda da Covid-19 para trabalhar e gerar um capital político, que agora mostra os seus frutos com as intenções de voto”, declarou.

Covid-19

Em toda eleição, alguns temas são trabalhados e explorados pelos postulantes aos cargos de prefeito. Já se falou muito sobre mobilidade, cuidados e outros temas, entretanto, no cenário atual, a pandemia terá um papel fundamental neste processo.

“Aqueles gestores que conseguiram trabalhar corretamente e obter resultados positivos em relação às ações desenvolvidas para o combate à pandemia, eu acredito, que vão ter chances de reeleição, caso estejam concorrendo”, disse Zeca.

Estratégias

De acordo com Cláudio André, duas estratégias serão trabalhadas na campanha de Ivoneide, que são as relações com o governador Rui Costa e com o ex-deputado Caetano. Elinaldo, por sua vez, terá como estratégia a defesa da gestão, mostrando as realizações, sobretudo a agenda de ação voltada para o combate à pandemia.

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–> Fonte: A Tarde

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