Primeiras vítimas do líder espiritual Jair Tércio são ouvidas pela Justiça

As primeiras vítimas do líder espiritual, acusado de violência sexual e estupro de vulnerável, Jair Tércio foram ouvidas nesta quinta-feira, 17, pela Ouvidoria Nacional do Ministério Público, do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

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Diversas mulheres se reuniram e fizeram uma denúncia coletiva contra o líder espiritual. De acordo com a promotora de Justiça Márcia Teixeira, inicialmente quatro mulheres foram selecionadas para serem ouvidas e, em seguida, as próximas que procurarem a Justiça serão ouvidas também.

“Todas as vítimas são de Salvador, embora duas delas estejam fora da cidade. Elas saíram do estado por medo, são pessoas que foram vítimas e, na época, não conseguiram denunciar e resolveram ir embora. Quando elas tentaram falar, sofreram ameaças e retaliações de pessoas que seriam seguidoras dele”, afirmou a promotora.

Segundo Márcia Teixeira, o trabalho está sendo feito por partes, à medida que são coletadas provas suficientes para que a denúncia seja recebida. Ela contou ainda que a maioria das testemunhas no processo também são vítimas e, no momento oportuno, com as próximas organizações das provas e com algumas apreensões, será possível fundamentar outras denúncias.

Já são 21 mulheres que apresentaram denúncias ao MP, que foram vítimas. “Nós ouvimos, no total, 10 vítimas. Os homens são testemunhas. Na lógica do trabalho dele [Jair Tércio], existe um trabalho feito com homens e outro com mulheres. Nesse trabalho de meditação e palestras, eles começaram a perceber que essas práticas criminosas estavam acontecendo e eles buscaram As Justiceiras e o MP para se disponibilizar como testemunhas, mas eles também têm medo”, contou Márcia.

Ela explicou que existe uma dificuldade muito grande nas investigações de crimes sexuais. “Nós temos vítimas que voltaram atrás, tem as que estão pensando, as que estão buscando confiança e procurando ver como nós vamos agir. Acredito que a partir desse momento é possível que mais vítimas nos procurem para serem ouvidas, acolhidas e orientadas”.

O crime praticado por Jair Tércio consta no Art. 129 Parágrafo 9º, que é chamado de lesão à saúde mental no contexto de violência doméstica, em relação as quatro mulheres, então é lesão à saúde quatro vezes. Além disso, estupro de vulnerável em relação a uma das vítimas.

A promotora afirmou que a violência sexual começou com uma das vítimas quando ela tinha 12 anos e terminou com quase 18. Uma outra sofreu posse sexual mediante fraude.

“Era uma forma de o líder que vai fazer o trabalho espiritual e, ao invés disso, viola sexualmente a vítima”, explicou a promotora.

Operação Fariseu

A Operação Fariseu cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços nos quais o denunciado exercia suas atividades, com o objetivo de obter novas provas. A denúncia apresentada pelo MP se baseou em investigação que mostrou “veementes indícios de cometimento de crimes de violência de gênero”. Quatro mulheres denunciaram Jair Tércio, conforme informações do MP.

Segundo apurou o órgão, o investigado se autoproclamava um ser iluminado e se inseria em ambientes sociais, onde fazia um trabalho preliminar, rotulado como “despertar do ser humano”, para, então, aproveitando-se da relação de confiança adquirida e submeter as vítimas a atos de violência de ordem sexual, moral e psicológica.

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–> Fonte: A Tarde

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