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Eleições municipais: A esquerda, o sargento abilolado e Bruno Reis, por Antonio Risério*

25 de setembro de 2020 | 10:32

Eleições municipais: A esquerda, o sargento abilolado e Bruno Reis, por Antonio Risério*

Passei uns dias fora do ar, mas já estou voltando. E vejo algumas pessoas já discutindo eleições municipais. Me preocupo muito com as cidades brasileiras e até escrevi um livro sobre o assunto, A CIDADE NO BRASIL, que mereceu belos artigos de José Miguel Wisnik n’O Globo e do urbanista Hugo Segawa no Estadão. E ainda estamos mergulhados na pior crise urbana da história brasileira.

Ao tempo em que nossos políticos e governantes, regra geral, não fazem ideia do que de fato sejam processos e fenômenos urbanos, urbanismo, estética urbana, arquitetura, crise automobilística, etc., etc. Adoram construir viadutos e fazem conjuntos residenciais que ficam a meio caminho entre a senzala e o canil.

Meu título é de Itaparica, uma das cidades mais pessimamente administradas que já vi. E não temos boas perspectivas pela frente. Nenhum dos candidatos aqui merece que a gente saia de casa para votar. Mas olho também para Salvador, do outro lado da Baía de Todos os Santos. Meu candidato, hoje, se eu tivesse poder para decidir alguma coisa, seria Waldeck Ornelas. Como Waldeck não é candidato, penso que a prioridade é impedir que o sargento abilolado seja eleito.

Os partidos de esquerda não parecem nada preocupados com isso: pensam só em seus próprios projetos e interesses, inteiramente tomados pela lógica do corporativismo. E é capaz de apoiarem o sargento abilolado no segundo turno, só para não deixaram Neto (o melhor prefeito de Salvador há décadas) fazer o sucessor. Não estou nessa. Para evitar o desastre do sargento evangélico que diz curar gays, meu apoio total vai para Bruno Reis.

Acho que as pessoas sérias, que de fato se preocupam com Salvador, deveriam se unir nessa direção: um esforço para liquidar a fatura no primeiro turno, elegendo Bruno, de modo que a cidade não corra o risco de ver o sargento maluco eleito. Acho mesmo, pelas conversas que tenho tido, que muita gente começar a se mover nessa direção. Parece que, afora petistas fanáticos, os partidos de esquerda irão para um lado – e o eleitorado de esquerda, para outro.

Olhando para fora de Salvador, fico com inveja. Bem vai São Paulo, que tem a possibilidade de reeleger Bruno Covas ou de eleger Márcio França. O PT, com Jilmar Tato, vai ficar a ver navios, claro. E acho que Boulos só terá mesmo os votos de Chico Buarque e Paula Lavigne. Então, é isso. Vou pedir votos para Bruno Reis, em Salvador.

* Antonio Risério é  antropólogo, poeta, ensaísta e historiador, além de autor, entre outros livros, de A Cidade no Brasil e A Utopia brasileira e os Movimentos Negros.

Fonte: Política Livre

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