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Procuradores da Lava Jato se mobilizaram para indicar substituto de Moro na Lava Jato
Os procuradores da República da Força Tarefa da Lava Jato no Paraná atuaram nos bastidores para que um juiz aliado assumisse a vaga aberta na 13ª Vara Federal de Curitiba, com a saída de Sérgio Moro. A revelação foi feita pelo site The Intercept nesta terça-feira (13).
A articulação foi encabeçada por Deltan Dallagnol, então coordenador da operação no Paraná, e começou pouco depois de Moro anunciar que assumiria o Ministério da Justiça.
“Caros, vamos visitar as pessoas que seria bom que assumissem a 13ª Vara para convencê-las. Vou levantar nomes bons e convidar quem puder pra irmos estimular. Isso é crítico para nosso futuro”, afirmou Dallagnol a outros membros do consórcio de Curitiba em 9 de janeiro.
Deltan listou alguns nomes para substituir Moro, apontando aqueles que seriam bons ou maus candidatos. O primeiro alvo da “lava jato” foi o juiz Eduardo Vandré, considerado péssimo por Dallagnol. “O risco é a posição 6, o Vandré. Precisamos de um coringa, alguém que se disponha a vir até o número 5 e renuncie se o Vandré se inscrever”.
O procurador Januário Paludo explicou o motivo da desconfiança: Vandré “era PT” e “não gosta muito do batente”. Os procuradores buscaram garantir a candidatura dos cinco juízes mais bem posicionados na lista de antiguidade, tirando Vandré da disputa.
O preferido do grupo era o juiz Danilo Pereira Júnior. Por conta do regimento interno do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), no entanto, o magistrado estava impedido de assumir o cargo, já que chefiava uma vara com a mesma especialidade daquela em que Moro atuava.
Mesmo com o impedimento, os procuradores queriam convencer o então presidente do TRF-4, desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, a autorizar a candidatura. O posto, por fim, foi assumido pelo juiz Luiz Antônio Bonat, visto como uma boa opção pelos procuradores. De acordo com os diálogos, Paludo e Dallagnol viam Bonat como um instrumento para impedir que um candidato indesejável assumisse o cargo deixado por Moro.
Mas eles consideravam que o juiz não teria pique para assumir os processos da Lava Jato. Com isso, queriam fazer o juiz de “fantoche”, com juízes assessores trabalhando “por trás”. Mas, aparentemente, o plano não foi concretizado.
Fonte: Bahia Notícias