Editorial: O bem maior da indústria

Difícil estabelecer qual o bem maior na retomada econômica, se o possível aumento na oferta de empregos, o crescimento patrimonial dos investidores ou o resultado financeiro dos negócios em recuperação. Certo, porém, é o efeito animador da divulgação dos novos índices capazes de sinalizar alvíssaras diante do cenário difícil enfrentado pelo mundo empresarial neste ano imprevisível.

O otimismo dispensa qualquer estilo em hipérbole, pois os números já são eloquentes: todos os 30 setores pesquisados apresentaram aumento no Índice de Confiança do Empresário Industrial, o Icei, reputado como um dos mais críveis. A vitória sobre o temor provou, uma vez mais, ser melhor remédio, com a ultrapassagem da linha divisória dos 50 pontos a demonstrar a confiança dos empresários. Tomando como exemplo o Icei da Indústria de Transformação, o resultado é de 62,6 pontos, uma evolução de 5,1 em relação ao mês anterior, garantindo a segunda alta consecutiva.

A Confederação Nacional da Indústria tem seus bons argumentos para comemorar: após a retomada em agosto, veio a confirmação em setembro. O crescimento, considerando os meses anteriores, chega a 28,3 pontos em relação a abril, quando o índice desceu íngreme ladeira, fixando-se na marca preocupante dos 34,3 pontos.

A indústria da construção contribuiu com o quinto mês consecutivo de avanço, batendo os 56,7 pontos, enquanto a extrativa subiu 2,7, ao alcançar a beira dos 60 positivos, repetindo alta contínua desde maio.

O universo de pesquisa sinaliza a representação o mais fidedigna possível do contexto das indústrias, na realidade apurada em 2.312 empresas de todo o país, entre 1 e 14 de setembro, sendo 904 de pequeno porte, 848 de médio e 560 das maiores. A leitura fria dos índices já forneceria argumento para o soltar dos rojões, mas a força dos números ganha impulso é na análise qualitativa da tendência de reabilitação da indústria, considerando o baque sofrido na inesperada retração.

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–> Fonte: A Tarde

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