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Jovem denuncia homofobia em mercado: não estava ‘vestido como homem’
Um jovem denunciou ter sido vítima de crime de homofobia ao ser impedido por um segurança de entrar em um supermercado da rede Wallmart de Itapuã, em Salvador, na noite do último sábado, 19, por “não estar vestido como homem”.
O caso aconteceu porque o jovem, identificado como Pascoal de Oliveira, não poderia entrar no estabelecimento utilizando o short curto que estava vestido. O segurança do local teria alegado que existiam famílias e crianças no mercado.
“Até esse momento o senhor é homem, tem que ajeitar o seu short. Até esse momento. Homem tem que estar composto, temos várias crianças aqui”, disse o segurança para Pascoal, em vídeo publicado nas redes sociais.
Pascoal questionou por que mulheres poderiam utilizar daquela roupa e chegou a mostrar um tênis de academia que estava usando, alegando ser um traje de esporte.
O segurança então respondeu: “Eu to falando de homem. Se o senhor me disser qualquer coisa contrária a isso, vai mudar, se quiser dizer o contrário a gente muda”.
Uma publicação compartilhada por Pascoal De Oliveira (@qualfoipascoal) em 20 de Set, 2020 às 3:00 PDT
Nas redes sociais, Pascoal pede para que as pessoas não se calem ao passar por este tipo de constrangimento.
“É isso, não se calem mas também tentem agir com cuidado nessas situações, se possível. Deixe o outro tropeçar em suas próprias palavras, ele tem que se justificar, não eu. Do mercado, mais preparo e responsabilidade. Dos funcionários, mais humanidade”, escreveu em publicação no Instagram.
Uma moradora do bairro, que não quis ser identificada, se mostrou indignada e alegou se tratar de crime de homofobia.
“Já vi homens entrando até de sunga nesse supermercado e ele que estava de short foi humilhado? Só tem uma razão: homofobia”, disparou a moradora.
Em nota, o Grupo Big, detentora da rede Wallmart, informou que o fato é inadmissível e não corresponde aos procedimentos e valores da empresa.
A empresa também alertou que vai tomar as medidas cabíveis, como o afastamento do segurança terceirizado, e que está em contato com Pascoal colocando-se à sua disposição para toda assistência necessária nesse momento.
Crime de homofobia
Desde o ano passado que a homofobia (violências voltadas para o publico LGBT+) passou a ser criminalizada, passando a ser punida pela Lei de Racismo (7716/89), que hoje prevê crimes de discriminação ou preconceito por “raça, cor, etnia, religião e procedência nacional”.
Com isso, a homofobia passou a ser um crime inafiançável e imprescritível segundo o texto constitucional e pode ser punido com um a cinco anos de prisão e, em alguns casos, multa.
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–> Fonte: A Tarde
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