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Denice discorda de Rui Costa e diz que não cabe ‘analogia’ com futebol no caso da Chacina do Cabula

Foto: Jonas Santos Major Denice e Rui Costa 06 de outubro de 2020 | 08:33

Denice discorda de Rui Costa e diz que não cabe ‘analogia’ com futebol no caso da Chacina do Cabula

A candidata do PT à Prefeitura de Salvador, Major Denice Santiago, ao comentar uma polêmica declaração do governador da Bahia, Rui Costa (PT), sobre o caso da Chacina do Cabula, disse ontem (5), em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da rádio 100 FM, que discordava da analogia que o chefe do Executivo baiano fez ao falar a respeito da ação policial que matou 12 pessoas em Salvador.

“O governador Rui Costa ao fazer essa declaração teve um entendimento, que eu não vou debater ou discutir aqui. Eu discordo de fazer qualquer analogia no momento tão complexo como esse. A gente precisa pautar e pensar as questões raciais, pensar e pautar as questões de violência olhando aquelas vidas que estão postas aí”, declarou a major. A entrevista da petista foi repercutida pelo jornal Tribunal da Bahia na edição de hoje (6).

Em 2015, quando o fato aconteceu, Rui Costa afirmou que os policiais são “como um artilheiro em frente a um gol, que tem que decidir em alguns segundos como é para colocar a bola para fazer um gol. Depois que a jogada termina, todos os torcedores da arquibancada, se foi feito o gol vai dizer que fez um golaço e vai repetir várias vezes na televisão. Se o gol foi perdido, o artilheiro vai ser condenado, se tivesse chutasse desse ou daquele jeito teria entrada”.

Denice afirmou ainda que é “extremamente apaixonada” pela Polícia Militar da Bahia, e ressaltou que eventuais desvios de policiais não podem ser “generalizados”. “Toda e qualquer instituição terá pessoas que não irão atuar profissionalmente. Essas pessoas, se erram e quando erram, precisam ser responsabilizadas pelos seus erros”, frisou.

A postulante à sucessão municipal declarou também que se solidarizava com as famílias das vítimas. “É uma perda irreparável. Uma perda que eu enquanto mulher negra, da periferia, mãe também de um menino negro, posso imaginar, mas não posso sentir essa perda. Isso que eu acho que é o ponto mais importante de qualquer outro argumento possa trazer. Foram vidas que se perderam”, pontuou.

Denice disse que, caso seja eleita prefeita soteropolitana, a Guarda Municipal fará “ações de prevenção” e “parceria com a sociedade”. “Quando olhamos a segurança pública pensando apenas como combate do crime, potencializando as instituições de segurança pública, trazendo mais equipamentos e armamentos, a gente está dizendo que vai manter o crime. O crime vai continuar acontecendo para que ele seja combatido. Aí que eu trago a minha ideia. Nós para combater a violência a gente precisa pensar em prevenir”.

“Ao contrário de potencializar, a gente tem que fazer um programa de enfrentamento à violência. A segurança é dever do Estado, mas é na cidade que a vida acontece. A prefeitura não pode ficar alheia ao que acontece neste setor, e vamos precisar fazer um leque de ações. Dentro desse leque, vamos transformar a nossa Guarda Civil em uma Guarda Civil de direito, que vai potencializar as ações. Será capacitada, modificada sua atuação para que faça ações de prevenção. Ela está aí e precisa interagir com todas os munícipes”, afirmou Denice.

Fonte: Política Livre

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