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PT e PCdoB têm mais candidatos pretos e indígenas na Bahia

PT e PCdoB tem as maiores quantidades de candidatos autodeclarados pretos e indígenas na Bahia, respectivamente, conforme levantamento de A TARDE nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Se declararam pretos 1.006 candidatos do Partido dos Trabalhadores, o que representa 26% dos postulantes da sigla no pleito deste ano. O índice é ligeiramente superior ao do PCdoB – 25,5% dos candidatos comunistas informaram que são pretos.

O PCdoB também é responsável por um quinto das 132 candidaturas indígenas do estado. São 27 candidatos a vereador, dos quais 13 em Santa Cruz Cabrália e oito em Prado.

O presidente do PT de Salvador, Ademário Costa, afirma que a sigla é marcada pela diversidade e inclusão na política dos historicamente excluídos de disputas eleitorais “elitistas e brancas”.

“Então, é perfeitamente natural ser o partido com o maior número de candidaturas pretas, pois é o partido que mais promove a inclusão do negro da política e no processo eleitoral. A bancada das candidaturas à vereança de Salvador tem essa característica: a inclusão de pretos representando os diversos segmentos da sociedade”, diz.

O presidente estadual do PCdoB, Davidson Magalhães, explica a atuação partidária no Sul e Extremo Sul da Bahia através de lideranças indígenas. Um dos candidatos declarados indígenas é o Cacique Aruã, candidato a vereador em Santa Cruz Cabrália. Ele já exerceu esse cargo e, em 2018, tentou uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia. Teve pouco mais de 6,5 mil votos na ocasião. “Tem um trabalho que a gente vem desenvolvendo de defesa dos povos originários. Isso repercute muito na possibilidade de projetar lideranças”, afirma o dirigente.

Para o cientista social Fábio Baldaia, não é possível dissociar estratégia eleitoral do discurso da inclusão. “Andam lado a lado. Você só continua existindo na política se você ganhar a eleição”, pontua.

Além disso, continua Baldaia, os números não surpreendem, em função dos partidos de centro-esquerda brasileiros assumirem, sobretudo na década de 2010, uma pauta em defesa de minorias, de origem americana. “Isso modifica sobretudo os partidos de centro-esquerda, que assumem uma pauta de inclusão, não só de defesa dos trabalhadores, mas de mulheres, indígenas, negros, quilombolas. Na direita, isso é muito mais tímido. Por mais que alguns tragam isso, não aparece como uma política central”, afirma.

O cientista social acrescenta, entretanto, que há uma tensão interna mesmo em legendas ditas progressistas e certo “engessamento” da máquina partidária, o que faz, por exemplo, com que não exista um número expressivo de lideranças negras nos grandes partidos institucionais de esquerda.

A maior proporção de candidatos brancos na Bahia está em um partido de extrema-esquerda de pequena expressão. Dos 10 postulantes do Partido da Causa Operária (PCO) a cargos de prefeito e vereador, sete são brancos.

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–> Fonte: A Tarde

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