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Editorial: Pedaladas do estupro

Robinho tornou-se famoso pela habilidade de suas pedaladas – jogada na qual alterna rapidamente as duas pernas sobre a bola, deixando atônito o marcador, como se estivesse a andar de bicicleta, em metáfora. No entanto, ao convocar-se para uma seleção de estupradores, o liso atleta derrapou nos mais elementares valores morais do processo civilizatório, agachando-se entre atacantes unidos pela covardia de vazar em grupo uma mulher indefesa.
Entrou Robinho no rol de homens associados à intemperança, como o hoje cumprindo pena por corrupção Paulo Maluf, quando, então presidenciável, ordenou “estupra, mas não mata” aos falocratas, em 1989. Forma o craque arisca dupla com o presidente Bolsonaro, ao afirmar, ainda deputado, em 2003, não ter mérito a colega Maria do Rosário para sofrer estupro, atitude pela qual foi condenado a pedir desculpas e indenizar a vítima.
Jogador talentoso, de origem humilde e baixa escolaridade, Robson da Costa tem na ponta da língua a resposta da culpa de ter sua imagem vinculada ao banditismo sexual: a imprensa. Difícil é sustentar sua acusação, uma vez não serem os jornalistas autorizados a condenar-lhe a nove anos de prisão, como sentenciou o Judiciário italiano ao jogador-ciclista, por violência sexual contra a jovem de 23 anos, em 2013.
Robson cria ser inocente por ter exacerbado os prazeres da carne diante de vítima em condição debilitada, mas os magistrados entenderam ao inverso: o fato de ter sido violentada bêbada foi considerado agravante em vez de atenuante. A cada abrir de boca, o derrame equivocado de tolices complica o atacante: alvo recente foi o movimento feminista, cuja existência, “infelizmente”, recebeu o lamento do atleta – e pronta reação das mulheres ativistas.
Resultado: o Santos desistiu de contratar o condenado, após críticas da opinião pública e de ídolos perenes, como Paulo César Lima, e a defesa, servindo de agravante, do colega de mesma altura moral, Neymar.
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–> Fonte: A Tarde
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