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Há uma lenda de que esquerda e militares estão afastados, diz Major Denice
Foto: Reprodução/Facebook A candidata a prefeita de Salvador Major Denice (PT) 15 de outubro de 2020 | 15:00
Há uma lenda de que esquerda e militares estão afastados, diz Major Denice
A candidata do PT à Prefeitura de Salvador, Major Denice, defendeu que não há antagonismo entre militarismo e políticas de esquerda.
Policial Militar na Bahia, ela disse ser um exemplo disso. “Em algum momento na nossa história alguém disse que o militarismo, as polícias militares estariam afastadas da esquerda, eu não vejo assim”, disse em sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo em parceria com o site UOL.
“Estou aqui, uma policial militar de esquerda, que em nenhum momento desassocio tanto das perspectivas da formação militar e também não desassocio das perspectivas de uma pessoa de política partidária de esquerda”, declarou.
“Nós já tivemos muitos militares de esquerda”, disse, citando o caso de Carlos Lamarca, capitão do Exército e comandante guerrilheiro durante a ditadura militar (1964-85).
A candidata afirmou que as forças militares foram criadas para proteger o poder, e não proteger as pessoas. “Precisamos inverter este panorama”, afirmou aos jornalistas Flávio Costa, do UOL, João Pedro Pitombo, da Folha.
Na última pesquisa Ibope, a petista apareceu com 6% das intenções de voto. O líder foi Bruno Reis (DEM), com 42%.
GUARDA MUNICIPAL E DIREITOS HUMANOS
Major Denice falou em criar uma Guarda Civil Municipal de direitos. “Uma reformulação no processo de capacitação da Guarda, uma Guarda pautada nos direitos humanos, diálogo e no fomento à dignidade da pessoa”, disse.
Ela também prometeu uma ronda cidadã que vai proteger pessoas em vulnerabilidade social. “É inverter essa lógica, nós estamos potencializando a reação para combater a violência e, às vezes, essa reação gera mais violência ainda”, disse.
RACISMO ESTRUTURAL
Major Denice afirmou que não se pode pensar na cidade de Salvador sem levar em consideração a população majoritariamente negra.
A candidata falou em um programa municipal de desconstrução do racismo, para alcançar todas as secretarias. “Não podemos deixar de pensar na saúde a partir da pessoa negra”, disse.
Ela citou a propensão da população negra de desenvolver anemia falciforme e doenças cardiovasculares. “A lógica dessa equipe médica é analisar a pessoa negra como regra e não como exceção e ela precisará ser capacitada para isso”, disse.
Dentro de seu plano de governo, a candidata afirmou que vai garantir um aumento mínimo de 80% de atenção básica de saúde. Ela também prometeu mais quatro policlínicas para a cidade.
RELAÇÃO COM O GOVERNADOR RUI COSTA
A candidata afirmou ainda que “qualquer político” deve ouvir o governador baiano Rui Costa (PT), mas disse que terá independência caso seja eleita. “A partir de primeiro de janeiro de 2021, serei a prefeita desta cidade, sei liderar, sei comandar, sei gerir minha cidade”, disse.
“Ouvi-lo será uma honra, mas as decisões partem de mim porque quem vai comandar Salvador sou eu”, disse sobre relação com o Rui Costa.
Folhapress Fonte: Política Livre
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