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Oposição apadrinha verba ‘paralela’ e disputa obras com o governo

O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), usou as redes sociais em setembro do ano passado para prometer “acabar de uma vez por todas com a falta d’água” no Rio Grande do Norte, onde quer ser governador.

No mesmo dia, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) abriu uma licitação para a adutora do Agreste, obra que vai levar água a cidades do interior do estado.

“Alocamos R$ 45 milhões que estão sendo garantidos no Orçamento para essa obra”.

Apesar de ser apoiado por um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o dinheiro vem do orçamento do governo Lula.

Esses recursos, que o presidente poderia usar livremente, estão sendo direcionados pelo Congresso em manobras chamadas de “emendas paralelas” pela ONG Transparência Brasil.

Isso permite que deputados e senadores, mesmo da oposição, revendiquem obras e equipamentos para suas regiões, além de aumentar o valor das emendas que recebem.

Em 2023, o orçamento reservou R$ 8,5 bilhões para emendas de bancada, que são  pagas e divididas entre os estados e o Distrito Federal.

Segundo a Transparência Brasil, outros R$ 3 bilhões do governo foram usados como “emendas paralelas”, liberados conforme decisões do Congresso.

A Codevasf foi o principal canal dessas emendas, com R$ 313 milhões identificados.

Documentos obtidos pelo jornal O GLOBO, via Lei de Acesso à Informação, mostram que três dos cinco principais políticos que indicaram recursos à Codevasf em 2024 são da oposição a Lula.

Além de Marinho, estão o senador Wilder Morais (PL-GO) e o deputado Danilo Forte (União-CE). Também aparecem o deputado Castro Neto (PSD-PI), cujo irmão comanda a Codevasf no Piauí, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Marinho destinou R$ 25 milhões em “emendas paralelas” para a adutora do Agreste, que também recebeu R$ 20 milhões em emendas de bancada tradicionais.

Para O Globo, explicou que negociou o dinheiro diretamente com o deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP), que era o relator do orçamento e é do mesmo partido.

Fonte: BNews

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