Saúde
Estudo aponta que 62% dos novos alimentos embalados e comercializados no Brasil eram ultraprocessados
Entre novembro de 2020 e novembro de 2024, cerca de 39 mil alimentos e bebidas embalados foram lançados no Brasil. Desse total, 62% são ultraprocessados, enquanto apenas 18,4% se enquadram na categoria de produtos in natura ou minimamente processados.
Os dados fazem parte do primeiro relatório do projeto “Monitoramento da Rotulagem de Alimentos no Brasil”, iniciativa desenvolvida pelo Ministério da Saúde em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP).
O projeto tem como objetivo acompanhar a rotulagem e o perfil nutricional dos produtos comercializados no país, oferecendo subsídios para a formulação de políticas públicas voltadas à alimentação adequada e saudável.
A análise da USP, apresentada pela pesquisadora Ana Paula Bortoletto, utilizou a base de dados da empresa Mintel, por meio da plataforma Global New Products Database (GNPD), que reúne informações de produtos disponíveis em pontos de venda de todas as regiões brasileiras.
São incluídos na base novos alimentos e bebidas embalados lançados no mercado em um período de até três meses — incluindo variações de tamanho, novos sabores, reformulações e tipos de embalagem.
A avaliação dos rótulos considerou a classificação Nova, adotada pelo Guia Alimentar para a População Brasileira, que diferencia os alimentos de acordo com o grau de processamento.
A coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Kelly Alves, destacou que a produção contínua de evidências científicas é fundamental para aprimorar políticas públicas, como a rotulagem nutricional.
“Investir em estudos que orientem a regulação é um compromisso do Ministério da Saúde expresso na Política Nacional de Alimentação e Nutrição”, afirmou.
Ela também lembrou os 25 anos de consolidação da política e sua integração à agenda regulatória de alimentos da Anvisa, reforçando o direito constitucional à alimentação adequada.
Fonte: Bahia Notícias