Bolsonarista detona pastor por declarações sobre mortos na operação policial no Rio de Janeiro: “Mentiroso e falastrão”

O líder  do PL na Câmara dos Deputados, o pastor Sóstenes Cavalcante (RJ), não poupou críticas  ao seu colega de bancada evangélica Otoni de Paula (MDB-RJ) pelas declarações dadas sobre a operação policial que aconteceu na última terça-feira (28), no Rio de Janeiro, considerada a mais letal da história do país, com 121 mortos.

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Na última quarta-feira (29), o pastor Otoni criticou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), por causa da operação.

“Quem está falando é pastor. E não é pastor progressista não. Só de filho de gente da igreja, eu sei que morreram quatro. Meninos que nunca portavam fuzis, mas que estão sendo contados no pacote como se fossem bandidos. Nunca ninguém vai atrás para saber [se são bandidos ou não]. Porque preto correndo em dia de operação na favela é bandido”, afirmou.

Já nesta sexta-feira (31), em entrevista à coluna da jornalista Mônica Bergamo, no jornal Folha de S.Paulo, Sóstenes acusa Otoni de ser “mentiroso e falastrão”. 

“Se ele não falar, é porque está mentindo para a população”, diz. “Ele não tem no Complexo do Alemão nem no Complexo da Penha”, emendou.

O líder do PL afirmou ainda que é possível que “filhos e netos de pessoas da minha igreja tenham morrido”, mas disse que “são pessoas que tristemente se desviaram e estavam envolvidas com o crime”.

Ao ser questionado sobre a declaração de Sóstenes, Otoni declarou que não deve “satisfações” ao líder do PL na Câmara Federal e que não revelaria o nome das pessoas que o procuraram porque não é “X9 [dedo-duro]”. “São pessoas que não querem ter seus nomes envolvidos”.

“[Sóstenes] deveria estar preocupado é com o que nós vimos nas comunidades”, disse Otoni ao se referir a visita que fez ao Complexo do Alemão. “Vimos mortos com as mãos amarradas, tiro na nuca e cabeça decepada”, acrescentou.

“Como se explica que um policial, autorizado a atirar apenas se há risco para a sua própria vida, tenha feito isso? Foram execuções com requinte de crueldade, e não somente troca de tiros”, finalizou.

Fonte: BNews