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Chefes do Comando Vermelho planejavam comprar drone com câmera noturna para vigiar comunidade: ‘Tem que se adaptar’
Uma denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que levou à megaoperação que deixou mais de 100 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, revelou que dois chefes do Comando Vermelho (CV) planejavam comprar um drone com câmera noturna para reforçar o monitoramento da comunidade durante a noite.
Segundo conversas incluídas no inquérito conduzido pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), Carlos Costa Neves, conhecido como “Gadernal”, e Washington César Braga da Silva, o “Grandão”, discutiram a aquisição do equipamento, que auxiliaria inclusive na identificação da presença policial na comunidade.
Em um dos diálogos, Gadernal ordena a subida de um drone sobre a favela. “Levanta o drone”, diz. Grandão responde: “No alto já”. O primeiro então pede para que o comparsa vigie regiões específicas da Penha: “A gente tem que se adaptar à tecnologia, entendeu?”.
Grandão, no entanto, diz que o drone em questão não tem câmera noturna. “De dia, nós vamos ver limpo, mas de noite nós vamos ver escuro, tá ligado?”, diz em áudio. Gadernal responde que outro integrante do CV, identificado como Hyrval Cassiano da Silva, o Bochecha Rosa, compraria o equipamento.
Quem são Gadernal e Grandão
De acordo com o Ministério Público, Carlos Costa Neves, o Gadernal, atua como gerente geral do tráfico de drogas no Complexo da Penha. Ele também seria o responsável por expandir o CV na região de Jacarepaguá, ao lado de Doca, apontado como líder da facção criminosa nas ruas.
Um trecho do inquérito cita que ele orientava os traficantes sobre a aquisição de armas de fogo, drones e outros acessórios.
Já Washington César Braga da Silva, o Grandão, atua especialmente na ordem das escalas de plantão dos soldados do grupo, inclusive de Doca. “O denunciado orienta sobre pontos de contenção armada (trincheiras no mato) e inteligência (monitoramento), além de emitir diversas ordens diretas aos soldados do tráfico. Ele também emite comunicados sobre normas de comportamentos em atividades recreativas nas comunidades com e participação de traficantes da localidade”, aponta o inquérito.
Fonte: BNews
 
					
