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Desembargadora baiana comenta sobre falta de mulheres negras no judiciário: “Não é possível”

A desembargadora Patrícia Didier conversou com o Bnews durante o Encontro Nacional do Colégio Permanente de Juristas da Justiça Eleitoral (COPEJE), que começou na quinta-feira (30) e termina nesta sexta-feira (31), sobre a participação feminina na Justiça brasileira. 

Entre os tópicos, a juíza abordou a questão da aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que deixou o cargo no último dia 18 de outubro. Ela falou sobre as recentes conversas da sucessão ser realizada por uma mulher negra. 

“Hoje, mais do que nunca, analisando a história do nosso país, a história de outros países, a história humana, a gente sabe que a participação popular é essencial. E a gente tem como movimento feminino, movimento negro, participar para que nós tenhamos indicação da visibilidade a estes nomes. Não é possível que uma sociedade composta por metade de mulheres e uma ampla participação negra não tenham nomes que possam nos projetar dentro do Supremo, dentro do Senado, dentro das câmaras. é importante a participação e a mobilização social nesse sentido, até para que nossos políticos passem a compartilhar essas ideias também e nas suas indicações valorar todos esses conceitos e todas essas qualidades”, afirmou. 

Questionada sobre o desestímulo causado pelo sistema em campanhas femininas, Patrícia respondeu: “A gente tem um problema estrutural. Isso se reflete na ocupação de cadeiras, quando você vê o Supremo, quando você vê o Senado. Então, a gente tem que ter essa composição para acabar com esse déficit histórico. Nós só começamos a votar em 1932 e o nosso voto se tornou igual ao masculino em 1965. A legislação previa que a gente tinha que ter 30% da candidatura com apenas 15% do financiamento. Foi necessário os tribunais julgarem. primeiro o ministro Facchin, depois a ministra Rosa Weber, para que esses recursos fossem iguais e o tempo de propaganda igual. É um caminhar”. 

Fundado em 2016, o Colégio Permanente de Juristas da Justiça Eleitoral tem como missão principal o fortalecimento da Justiça Eleitoral e a defesa da Constituição. Além de promover o debate acadêmico, a entidade atua na representação e na garantia das prerrogativas de seus membros – ministros e desembargadores que, por virem da advocacia, trazem uma perspectiva fundamental para o equilíbrio e a inovação na Justiça Eleitoral.

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Fonte: BNews

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