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“Remonta à época do nazi-fascismo”, dispara advogado após prisão de integrantes da torcida Bamor
O advogado criminalista Otto Lopes, que atua na defesa de integrantes da torcida organizada Bamor, criticou duramente a Operação Fair Play, deflagrada na manhã desta sexta-feira (31), que cumpriu mandados de prisão temporária e busca e apreensão contra suspeitos de envolvimento no ataque a um motorista de aplicativo nas proximidades do bambuzal do Aeroporto de Salvador.
Em entrevista ao programa Giro Baiana 2ª Edição, apresentado por Victoria Alves e Jailson Baraúna, Otto classificou a ação policial como uma tentativa de “espetacularização do processo penal” e comparou as prisões a práticas do período nazi-fascista.
“Me causa estranheza uma operação como essa, buscando a espetacularização do processo penal e da atividade policial. As pessoas conduzidas hoje à delegacia, com mandados de prisão e busca e apreensão, sequer estavam na capital quando ocorreu o fato contra o torcedor do Cruzeiro”, afirmou.
O advogado questionou o uso da prisão temporária, argumentando que há meios tecnológicos de investigação suficientes para apurar os acontecimentos sem recorrer a detenções preventivas.
“A prisão temporária remonta à época do nazi-fascismo, quando se encarceravam pessoas em busca de confissões. Estamos no século 21, e a polícia baiana dispõe de tecnologia para investigar, buscar provas e demonstrar quem realmente participou do crime. Estamos falando de uma área próxima a um aeroporto, com câmeras e radares capazes de comprovar a presença ou ausência dos suspeitos”, declarou.
Segundo o advogado criminalista, três dos presos já estão sendo liberados, e nenhum dos quatro alvos de mandado de busca e apreensão teria participado do episódio no Aeroporto de Salvador.
“Há provas documentais, fotos e vídeos que mostram que eles não estavam em Salvador no dia do fato. Um deles, inclusive, estava no Rio de Janeiro, assistindo ao jogo do Bahia, com passagem aérea e publicações no Instagram que comprovam isso”, completou Otto.
A Operação Fair Play foi conduzida pela Polícia Civil da Bahia para apurar a emboscada sofrida por um motorista de aplicativo, supostamente atacado por membros da torcida organizada do Bahia após uma discussão de trânsito. As investigações continuam em andamento.
Assista a entrevista completa:
Fonte: BNews
