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No mês da prevenção ao suicídio, abrigos fazem o papel de família contra a solidão de idosos

Segunda causa de mortes entre jovens de 15 a 24 anos – segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) -, o suicídio é também afeta o público da terceira idade, especialmente aquela fatia que vive em asilos e sofre com a solidão e o abandono da família.O assunto, muitas vezes evitado nas relações sociais e familiares, é objeto do Setembro Amarelo, mês dedicado à conscientização para evitar ocorrências de suicídio e orientar a sociedade para socorrer pessoas vulneráveis ao ato, que tem cerca de 12 mil registros todos os anos entre os brasileiros.  No Brasil, a taxa média de suicídio entre idosos acima de 70 anos é de 8,9 para casa 100 mil mortos, de acordo com uma publicação do Ministério da Saúde de 2017. Envelhecer, para muitas pessoas, pode ser sinônimo de trabalho, por isso, deixam familiares em abrigos. Cuidar de idosos requer atenção, cuidado e muita paciência, segundo Regina Silva, presidente do Lar Santo Expedito, localizado em Nazaré. “Com idoso é preciso ter a maior paciência do mundo, pois tem aqueles que se estressam do nada, são ignorantes e, com isso, você tem que ser delicado para quebrar essa brabeza deles”, comenta.Em Salvador, Dona Elisia, de 100 anos, foi parar no Lar Santo Expedito porque a filha tinha problemas com drogas. Regina diz que ela é a idosa mais antiga no lar e não tem mais nenhum familiar vivo. Em tempos de pandemia, o sentimento de solidão faz parte, querendo ou não, do dia a dia dessas pessoas, já que a visitação está proibida. Com duas unidades em Salvador, a dona do lar explica que, na quarentena, está difícil manter a casa com tantos idosos sem ajuda.Mas, nem só em abrigos esses idosos são abandonados. Um senhor, que não teve a identidade revelada, foi deixado pela família em uma situação quase terminal, embaixo de uma escada e totalmente sujo. O abrigo São Gabriel foi acionado para ajudar e agora, depois de 7 anos, recuperado e sendo observado 24h por geriatras, ele faleceu em 2020. De acordo com o artigo 4º do Estatuto do Idoso, “Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei”, mas, a realidade não é bem assim. O irmão Gabriel fundou o abrigo há 20 anos, na Boa Viagem, com o propósito de acolher idosos abandonados nas ruas de Salvador, mas também receber outros que foram desamparados pelas famílias em hospitais. Sem revelar o nome, o presidente diz que uma senhora foi deixada há 15 anos pela filha – que nunca apareceu para visitá-la. Quando perguntada sobre seus familiares, a idosa diz que a família é a própria instituição, pois foi acolhida, recebe toda atenção, amor e carinho.Durante a pandemia, ambos estão tomando todos os cuidados possíveis, sem visitações e com processos de higienização. “Aqui no abrigo, todos usam luvas para fazer procedimentos nos idosos, jalecos como barreira de proteção, álcool em gel”, explica irmão Gabriel. Em maio, o lar Santo Expedito recebeu um show, no meio da rua, para amenizar a saudade de ter visitações, mas, apesar do pequeno show, vale lembrar que as doações ainda estão sendo prioridade. “Aqui é um lar carente, não temos tantos recursos. Precisamos de fraldas geriátricas. Vivemos de doações” finalizou. 

Fonte: BNews

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