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‘A parte do doido é folclore’, diz Isidório sobre candidatura

A dois meses da eleição, as candidaturas para prefeito de Salvador começam a ser confirmadas após as convenções partidárias. A primeira foi a do Pastor Sargento Isidório (Avante), que tem como vice na chapa, Eleusa Coronel (PSD). Em entrevista, Isidório, cujo slogan da campanha é “doido por Salvador, maluco pela Bahia”, diz que essa história de doido é folclore. “Isso pode trazer uma rejeição no início, porém quando passam a me conhecer sabe que sou doido pela paz, pela justiça, pela igualdade social e pelo fortalecimento das famílias”, diz o candidato, também o primeiro a ser entrevistado pelo jornal e pela rádio A TARDE. Amanhã será a vez de Bruno Reis, candidato a prefeito pelo DEM. Com essa série de entrevistas, o grupo A TARDE espera contribuir para que leitor conheça melhor os candidatos para que tome sua decisão nas urnas em novembro.

Por quê o Sr. quer ser prefeito de Salvador?

Quem passou por dificuldades, como eu, sabe que é difícil viver nessa cidade. Bem sei que precisamos olhar pelo povo do gueto, das favelas e encostas. A gente precisa dar condições mais favoráveis para estas pessoas que passam dificuldade. Temos que levar uma Ufba, um Corpo de Bombeiros para um bairro como Cajazeiras, por exemplo. Esse povo precisa ter esse apoio e minha vontade é mostrar que com R$ 8 bilhões, fruto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2021, podemos fazer uma Salvador mais digna.

Quais serão as prioridades de sua gestão caso o Sr. Seja eleito?

Não tem como um governante, como no meu caso, não priorizar nossas crianças. Precisamos investir nelas, já que falar em saúde, educação, infraestrutura e segurança é uma coisa normal, que todo gestor tem por obrigação assistir. Por isso digo que a prioridade é fortalecer as famílias e para isso vamos planejar uma equipe com méritos para planejar Salvador. Ouvindo principalmente as pessoas.

O Sr. administrará uma cidade, se eleito, em plena retomada das atividades devido a pandemia do novo coronavírus. O que o Sr. pretende fazer para que a prefeitura contribua para a retomada econômica e preservar a saúde da população?

Temos que resgatar a auto-estima do povo, como diz nosso mote, que é “cuidar do povo”. É preciso cuidar das pessoas e diminuir as taxas abusivas. Vamos criar o programa voltado para mais emprego e menos impostos. É pensar Salvador com menos cargas tributárias e, para isso, conto com a ajuda do Dr. Edvaldo Brito, atual vereador desta cidade. Reduzindo cargas tributárias, abaixando valores de impostos e dando mais empregos, o povo vai ter uma qualidade financeira melhor.

Como o Sr. avalia a postura da atual gestão em relação a pandemia do novo coronavírus?

Fui eu quem primeiro pediu, na Bahia, para não ter eleição. Pedi que suspendesse e adiasse. Vi dois gestores darem as mãos, como o prefeito ACM Neto e Rui Costa fizeram. E foi isso que eu mais queria. Dois opositores políticos se juntando em prol do povo. Quando eu pedi isso, dois dias depois o governador Rui Costa e o prefeito ACM Neto se juntaram para esse trabalho, esquecendo as diferenças políticas. Quando você está cuidando do povo, é preciso que se esqueça esse tipo de divergência. E em uma pandemia, os dois não poderiam “virar as costas” nesse sentido.

O Sr. é a favor da mudança do Carnaval para junho. O que pretende fazer com a festa que movimenta a economia da capital baiana?

O Carnaval é a maior festa a céu aberto, uma festa que traz uma importante movimentação econômica. Mas entre preservar vidas e viabilizar festas, prefiro preservar vidas. O Carnaval precisa acontecer em um tempo combinado com os especialistas. Se conseguirmos a vacina, que protege o povo, aí vai ser bom. “Isidório não vai acabar Carnaval, sou um administrador do dinheiro do povo e o Carnaval traz isso”. Para ser realizado o Carnaval, é preciso que os especialistas tragam a vacina. Penso em desafogar a Barra-Ondina, também o Campo Grande. Para isso pretendo criar um circuito na Paralela, ali pelo Centro Administrativo da Bahia (CAB), que são boas opções.

Como o Sr. pretende se relacionar com o governo do Estado?

Pretendo me relacionar como sempre fiz até agora, ou seja, de mãos dadas. Veja você que o metrô, policlínicas e avenidas que aí estão são frutos de um trabalho de um grupo. Todo trabalho que está na Bahia é feita no conjunto de força com os senadores Ângelo Coronel, Otto Alencar, Jaques Wagner e com o vice-governador João Leão, homem de trabalho incansável. Por isso eu não terei problemas em bater na porta e pedir os apoios necessários do governador. Precisamos ouvir segmentos da sociedade para atuar juntos, sem priorizar amigos de A ou B.

Como parlamentar considerado da base do governo Rui Costa de que forma o Sr. espera que ele se posicione nessas eleições?

Rui é governador de um grupo de partidos da base, porém ele é do PT. Então o governador não tem como não fazer campanha para o partido dele. O PT precisa ser visto por ele. Rui vai estar atento e olhando com carinho para as candidaturas da base. Eu não tenho o que me queixar, até porque existem outras candidaturas como Olivia, Bacelar, etc. Fui agraciado com os senadores como Otto, Coronel e Wagner. Sou bem relacionado com deputados de direita e esquerda.

Como o Sr. avalia a posição do governo federal?

Acho que o governo federal, por mais que tenha falhas, existe uma Câmara de Deputados que está fiscalizando e regulando tudo que diz respeito. Um exemplo foi o auxilio emergencial, que Paulo Guedes queria dar de R$ 200. A gente sabe que o governo federal tem defeitos, porém tem acertos. Não podemos simplesmente criticar por criticar. Luto por exemplo, para o gás de cozinha. É uma luta antiga e pedi que o valor fosse reduzido, principalmente para o pessoal do Bolsa Família. Se eu chegar como prefeito, tenha convicção que o preço do gás não vai ficar no preço que está como atualmente.

Que tipo de relação o Sr., caso eleito prefeito, pretende manter com o governo federal?

Do tipo: Muito bem. Vim aqui te visitar, presidente. Como está o Sr? Vai ser assim. Somos divergentes na política, porém como prefeito de uma cidade como Salvador é lógico que preciso estar bem com a presidência da República. Não aprovo, por exemplo, o comportamento do presidente com a imprensa. A gente precisa administrar e pretendo levar projetos para que o governo federal nos ajude. Assim que montar meu secretariado, pretendo apresentar a idéia de todos e contar com o governo para pôr em prática.

O Sr. é pastor evangélico numa cidade com forte presença de outras religiões, como a católica e o candomblé? Como o Sr. pretende contribuir para combater a intolerância religiosa?

Esse é o ponto. Eu não nasci pastor evangélico. Passei pelo catolicismo, assim como passei pelo candomblé. Tenho amigos dentro do candomblé, por exemplo. Tenho boas relações com diversos segmentos religiosos. Quando estivermos como prefeito, por exemplo, temos que ser de todos. Se houver demanda de algum segmento desse, estaremos lá para dar atenção às necessidades. Fé cada um tem a sua. Fé não se discute. O dinheiro que faz a cidade girar vem de todos os segmentos. Os rituais religiosos são lindos. São pessoas com atributos na forma de dançar, cozinhar, etc.

O Sr. considera que ainda existe racismo estrutural numa cidade como Salvador?

Tem sim. O poder público, por exemplo, tem um papel importante nisso. Até mesmo na atuação pública e privada. Sempre digo que um motoboy, um feirante como eu, ou um gari pode ser prefeito daqui. Salvador é da cor de todo mundo e cabe todo mundo. Não vamos permitir nenhum tipo de preconceito. Tenho comigo uma candidata a vice com uma condição melhor, de cor clara, que aceitou ser vice de um da cor negra, que é Eleusa Coronel. È chapa da Bela e a Fera.

Os protocolos policiais vêm sendo questionados em todo mundo, sobretudo no tratamento com negros, como o Sr. vê essa questão?

A policia tem menos de 1% que erra e que falha, porém tem 99% que vão às ruas batalhar e lutar sem saber se voltam. Nas instituições policiais têm negros e esses que maltratam outros negros, eu costumo dizer que é gente que não gosta da própria raça. Vamos estar na área de segurança trabalhando. A polícia faz muito mais bem do que mal. Aqui tem violência, mas são casos isolados. Já fui violentado e tenho a obrigação para que isso não aconteça com ninguém.

Salvador é uma cidade com grande índice de violência sobretudo nos bairros populares. O que a prefeitura pode fazer para ajudar a minimizar essa questão?

Vemos um trabalho bom em bairros nobres como Barra, Ondina, Graça e precisamos colocar bases com trabalhos sociais e educativos nos bairros populares. A gente precisa entrar nas favelas e nos guetos. Vou buscar, como prefeito, que se amplie as policias comunitárias e aí entra meu papel também como pastor, que tem o diálogo nessa visão mais religiosa, evangelizando estas pessoas que estão no mundo do crime. É melhor estar vindo para o caminho da fé do que o caminho da morte. Vamos transformar Salvador a capital da paz, do sossego e da alegria.

O slogan de sua campanha é “doido por Salvador, maluco pela Bahia”. O Sr. acha que a imagem de “doido” pode ser um trunfo nessa campanha?

Nossa coligação é cuidar de gente. A parte do doido é um folclore. Isso pode trazer uma rejeição no início, porém quando passam a me conhecer sabe que sou doido pela paz, pela justiça, pela igualdade social e pelo fortalecimento das famílias. Sou doido, mas meu discurso é para proteger famílias, levar respeito as pessoas. O professor, por exemplo, é o nosso segundo pai. Mostro isso nos meus discursos, dessa forma doida, porém os que me chamam de doido pejorativamente, não conhecem que quero ser um doido para levar um trabalho de inclusão social, querendo uma nova administração pacífica.

O Sr. tem um centro de tratamento para dependentes químicos. Como lidar com o problema das drogas numa cidade como Salvador?

Não tem jeito. A droga é outra pandemia. Todo cidadão tem que estar preocupado, pois as drogas estão entrando nos condomínios de luxo. A questão das drogas tem que ser encarada como uma doença, já que elas estão destruindo as famílias. Tem que ser enfrentada com educação. No meu projeto, lá em Candeias, temos uma escola para as pessoas que não chegaram nas drogas, justamente para que se evite isso. Quem mais sofre, não é quem usa, e sim, a família. Pais mães filhos, parentes sofrem mais. Por isso quero criar mais centros de apoio a família. É levar isso para os necessitados.

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–> Fonte: A Tarde

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