Brasil
PGR abre inquérito para apurar se Joice usou gabinete para criar perfis falsos
Procurador-geral da República, Augusto Aras pediu a abertura de um inquérito para investigar se candidata a prefeita de São Paulo, Joice Hasselmann (PSL), usou funcionários lotados em seu gabinete na Câmara para criar perfis falsos nas redes sociais a fim de atacar adversários políticos.
Em ofício encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), no final de agosto, Aras solicitou que fossem ouvidos os assessores Marcelo Marinho de Farias e Jean Hernani Guimarães Vilela.
“Os fatos noticiados são relativos ao exercício do cargo público, dado que, em tese, foram praticados pela Deputada Federal Joice Hasselmann e por servidores de seu Gabinete, sob seu comando, num contexto de disputa com adversários políticos. De outro lado, os fatos potencialmente criminosos foram cometidos no curso do mandato”, diz um trecho do documento.
O procurador-geral se manifestou no âmbito de uma notícia-crime apresentada pela também deputada Carla Zambelli (PSL), que imputa à colega e ex-aliada, os crimes de constrangimento ilegal, difamação, falsidade ideológica e associação criminosa com base em relatos de dois ex-funcionários de Joice que acusam a antiga chefe de usar o gabinete para produzir fake news e disparar ataques contra aliados do presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista à CNN, os ex-auxiliares afirmaram que a equipe era cobrada a fazer ‘montagens de vídeos’, ‘criar narrativas’ e ‘alimentar perfis falsos’ nas redes sociais, supostamente monitorados pela própria parlamentar.
De acordo com o jornal Estado de S.Paulo, os alvos, segundo os ex-funcionários, seriam desafetos criados após a ruptura da ex-líder do governo com o Planalto e incluíram ex-aliados como a própria Carla Zambelli, a deputada Bia Kicis (PSL) e os filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL).
PAPAGAIO PRESIDENCIAL
Em resposta a ofensiva da PGR, Joice chamou Aras, no Twitter, de ‘Papagaio Presidencial’ e ‘boneco de ventrículo do Palácio do Planalto’. A parlamentar acusou o procurador-geral de tentar prejudicar sua candidatura nas eleições municipais deste ano em um ‘lance antecipado para tentar arrematar a nova vaga aberta no STF’ com a aposentadoria do decano Celso de Mello.
“O Procurador Geral da República, Augusto Aras, está dando um lance no leilão para a vaga que se abrirá no Supremo. Fica claro e evidente que o Procurador está sendo boneco de ventríloquo dos meus desafetos políticos lotados no Palácio do Planalto, em função da minha candidatura à Prefeitura de São Paulo. Beira a criminalidade o uso da mais alta instância do Ministério Público como instrumento político de perseguição com escancarada subserviência ao Poder Executivo. Isso sim é falsidade ideológica. O Ministério Público não merece tal representante e a lei do abuso de autoridade será invocada”, destacou a parlamentar.
Fonte: Bahia Notícias